Definindo o diagnóstico na Dermatologia: primeiro passo para o sucesso no tratamento

Bruno Simão dos Santos | CRM SP 170509 | RQE 56692

2/12/20232 min read

“Já tentei diversos tratamentos, ma ainda não sei o que tenho.”

Situação frequente no dia a dia do consultório, muitos pacientes buscam a resolução do seu problema de pele sem ter investigado sua origem. Para um tratamento adequado e o conhecimento do que esperar futuramente é necessário um diagnóstico preciso.

De maneira simplificada, diagnóstico significa o processo de se identificar a doença responsável pelos sinais e sintomas (“alterações do organismo fora do normal”) apresentados pelo paciente.

Para se chegar a uma conclusão, diversas peças de um “quebra-cabeça” de informações são conectadas entre si pelo Dermatologista durante a consulta. Estas informações são obtidas através do(s):

Histórico do paciente

Exame físico

Exames complementares

 Na dermatologia, o exame físico é parte fundamental do processo diagnóstico. Este procedimento permite a observação do padrão morfológico (“forma”) das alterações (lesões) na pele. O reconhecimento destes padrões, que varia de acordo com a doença, requer conhecimento técnico e vivência na especialidade.

São várias as situações em que um problema é diferenciado de outro a partir da visualização de detalhes presentes nas lesões de pele. Muitas doenças se manifestam de forma semelhante, mas possuem origem e tratamentos distintos.

Como a avaliação da pele é principalmente visual (inspeção), uma outra maneira de se avaliar as lesões de pele, sem o encontro presencial no consultório, é através da teledermatologia. Entrarei em detalhes deste importante tema nas publicações seguintes. Abaixo, estão os links de alguns posts já feitos por mim no Linkedin sobre teledermatologia.

Teledermatologia

Teleinterconsulta em Dermatologia

É possível que seja necessária a solicitação de um ou mais exames para auxiliar na definição do diagnóstico:

Dermatoscopia

Exames de sangue

Exames de imagem (radiológico)

Exame microbiológico (fungos, bactérias, vírus)

Biópsia de pele (exame anatomopatológico)

Estes exames representam uma das peças do “quebra-cabeça”, e não devem ser interpretados isoladamente, sem os dados clínico obtidos na consulta. Por isto a necessidade do dermatologista para analisá-los e chegar a conclusão diagnóstica.

Nos casos mais complexos, dificilmente apenas uma peça será suficiente para se descobrir a origem do problema. E isto é de especial relevância para as biópsias de pele de certos tipos de lesões cutâneas, que ao ser interpretadas sem as informações da história e do exame físico do paciente podem levar a conclusões inadequadas.

Existem algumas situações especiais, não só na Dermatologia, mas na Medicina em geral, em que observar a evolução do paciente se faz necessária para se chegar ao diagnóstico. Quando o problema é muito inicial, as características das lesões de pele que levarão ao diagnóstico podem ainda estar ausentes. Nestes casos, o tempo será um grande aliado no processo diagnóstico.

Entre o problema e a solução está o diagnóstico. E a solução nem sempre é representada por medicamentos ou procedimentos. Muitas vezes, a descoberta do nome do problema que preocupa o paciente e o entendimento correto do mesmo é o tratamento de que aquele paciente necessita.

Até mais!