Tenho urticária, e agora?

Bruno Simão dos Santos | CRM SP 170509 | RQE 56692

2/11/20232 min read

Muitas dúvidas surgem quando o paciente recebe o diagnóstico de urticária:

Estou doente?

Vou ter isto para sempre?

Tem tratamento?

É alergia a alguma coisa?

Tem cura?

Preciso fazer exames?

Calma...! Neste post, você saberá mais sobre a urticária, problema de pele que pode, literalmente, tirar o seu sono.

Conviver com alterações na pele que provocam prurido (coceira) frequentemente gera muito prejuízo à qualidade de vida e às atividades cotidianas. A urticária é uma delas.

Não é raro pacientes com urticária terem transtornos de ansiedade e depressão quando a doença não é adequadamente controlada.

A urticária pode ser aguda ou crônica. O que as diferencia nesta classificação é o tempo de existência do problema.

A forma aguda tem duração de menos de 6 semanas e geralmente aparece após infecções virais e uso de medicamentos, principalmente, analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos.

Por outro lado, a urticária crônica persiste por mais de 6 semanas e, na maioria das vezes, não é possível identificar uma causa para o seu surgimento. É chamada de urticária crônica espontânea.

Por esta razão, se o paciente não tem outros sintomas clínicos, não serão necessários muitos exames laboratoriais, nem extensos testes alérgicos.

Existe também um outro subtipo de urticária crônica, denominada urticária crônica induzida (ou urticária física), que é desencadeada por determinados fatores físicos quando entram em contato com a pele, como atrito, frio, calor e vibração.

Geralmente, a urticária aguda se resolve em poucas semanas, já a urticária crônica, pode durar anos. Tenho um post no Instagram onde eu comento sobre a convivência com doenças de pele crônicas:

Convivendo com uma doença de pele crônica

O diagnóstico da urticária é clínico, ou seja, através da história e do exame físico do paciente.

É muito comum no dia da consulta médica, não haver lesões de pele para serem avaliadas. Obter fotografias das lesões no momento de crise e mostrá-las na consulta auxilia bastante na confirmação diagnóstica.

Raramente é necessária biópsia de pele para complementar o diagnóstico, exceto nas situações em que o quadro clínico for semelhante a outras doenças de pele.

Nem tudo que dá coceira na pele é urticária...

São exemplos de doenças cutâneas que se assemelham à uticária, isto é, produzem lesões de pele urticariformes, mas que possuem determinadas particularidades:

Vasculite cutânea

Síndrome de Sweet

Eritema polimorfo

Lúpus eritematoso

Mastocitose

Farmacodermia

Inicialmente, o tratamento das urticárias é feito com um medicamento chamado anti-histamínico.

Na urticária crônica, ele deve ser tomado de forma contínua e não somente quando apresentar a crise. Desta forma, é possível controlar o surgimento das lesões de pele, que retornarão se a medicação for suspensa.

Existe um medicamento novo da classe dos imunobiológicos que é utilizado nos casos em que não há controle satisfatório com os anti-histamínicos e que apresenta ótimos resultados.

O Dermatologista Clínico e o Alergista são os dois principais especialistas que cuidam do paciente com urticária.

São necessárias consultas médicas periódicas e ajuste frequente das doses dos medicamentos para um adequado controle da doença.

Além disso, a avaliação clínica especializada irá definir quais exames serão realmente necessários para cada paciente.

Abraços!