Definindo o diagnóstico na Dermatologia: primeiro passo para o sucesso no tratamento
“Já tentei diversos tratamentos, ma ainda não sei o que tenho.”
Situação frequente no dia a dia do consultório, muitos pacientes buscam a resolução do seu problema de pele sem ter investigado sua origem. Para um tratamento adequado e o conhecimento do que esperar futuramente é necessário um diagnóstico preciso.
De maneira simplificada, diagnóstico significa o processo de se identificar a doença responsável pelos sinais e sintomas (“alterações do organismo fora do normal”) apresentados pelo paciente.
Para se chegar a uma conclusão, diversas peças de um “quebra-cabeça” de informações são conectadas entre si pelo Dermatologista durante a consulta. Estas informações são obtidas através do(s):
Histórico do paciente
Exame físico
Exames complementares
Na dermatologia, o exame físico é parte fundamental do processo diagnóstico. Este procedimento permite a observação do padrão morfológico (“forma”) das alterações (lesões) na pele. O reconhecimento destes padrões, que varia de acordo com a doença, requer conhecimento técnico e vivência na especialidade.
São várias as situações em que um problema é diferenciado de outro a partir da visualização de detalhes presentes nas lesões de pele. Muitas doenças se manifestam de forma semelhante, mas possuem origem e tratamentos distintos.
Como a avaliação da pele é principalmente visual (inspeção), uma outra maneira de se avaliar as lesões de pele, sem o encontro presencial no consultório, é através da teledermatologia. Entrarei em detalhes deste importante tema nas publicações seguintes. Abaixo, estão os links de alguns posts já feitos por mim no Linkedin sobre teledermatologia.
Teleinterconsulta em Dermatologia
É possível que seja necessária a solicitação de um ou mais exames para auxiliar na definição do diagnóstico:
Dermatoscopia
Exames de sangue
Exames de imagem (radiológico)
Exame microbiológico (fungos, bactérias, vírus)
Biópsia de pele (exame anatomopatológico)
Estes exames representam uma das peças do “quebra-cabeça”, e não devem ser interpretados isoladamente, sem os dados clínico obtidos na consulta. Por isto a necessidade do dermatologista para analisá-los e chegar a conclusão diagnóstica.
Nos casos mais complexos, dificilmente apenas uma peça será suficiente para se descobrir a origem do problema. E isto é de especial relevância para as biópsias de pele de certos tipos de lesões cutâneas, que ao ser interpretadas sem as informações da história e do exame físico do paciente podem levar a conclusões inadequadas.
Existem algumas situações especiais, não só na Dermatologia, mas na Medicina em geral, em que observar a evolução do paciente se faz necessária para se chegar ao diagnóstico. Quando o problema é muito inicial, as características das lesões de pele que levarão ao diagnóstico podem ainda estar ausentes. Nestes casos, o tempo será um grande aliado no processo diagnóstico.
Entre o problema e a solução está o diagnóstico. E a solução nem sempre é representada por medicamentos ou procedimentos. Muitas vezes, a descoberta do nome do problema que preocupa o paciente e o entendimento correto do mesmo é o tratamento de que aquele paciente necessita.
Até mais!